sábado, 12 de setembro de 2009
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Acredito que para educar/ensinar é preciso antes de tudo de LIBERDADE, caso contrario, continuaremos entregando a sociedade cidadãs e cidadãos travados, alienados, dóceis, fechados para um mundo cada vez mais acelerado e faminto de pessoas antenadas e indignadas
Hoje em dia, nos é negado o direito de conviver em família, porque vivemos correndo atrás do sustento de nossos filhos, porque somos explorados pela classe dominante, porque nos é negado o direito à casa própria, à terra, à universidade pública, a manifestação política, à justiça, enfim a vida digna. E cadê, as garantias dos Direitos Humanos? Cadê,nossa liberdade? Nos bairros da periferia a polícia bate, esfola, desrespieta às famílias chamando as de irresponsáveis e desocupadas pelas falhas dos filhos, enquanto que nos bairros centrais a segurança é feita diferente, de forma realmente segura. Os filhinhos de papai (às vezes nem é “papai”, é só fachada) podem fazer racha, usar maconha, ouvir música no último volume, envolver se em brigas, espancamentos e roubos, que o mais grave que poderá acontecer é os policias colocá-los na viatura e entregá-los, com segurança, aos privilegiados pais. Nossos adolescentes (população de baixa renda) têm seus dias vazios, porque não têm ocupação em casa, também não têm roupas, calçado, material escolar, uniforme e, muitas vezes nem mesmo comida na mesa, desesperados e sem a presença dos pais, que saem cedo e só voltam à noite, muitos deles enveredam pelos caminhos da prostituição, do tráfico e do roubo. Os pais por sua vez, cansados da exploração dos baixíssimos salários ou o desemprego, procuram o recurso das invasões de terra. E lá, são mais uma vez desrespeitados quando lhes é negado o direito a propriedade, ou seja, plantar, colher e comer...E cadê as garantias dos Direitos Humanos, da livre expressão, de ir e vir, de votar e ser votado, bem como os direitos sociais de educação, habitação, trabalho e saúde, até certo ponto conquistados, porém, sem oportunidade a todos do povo? Quantas pessoas sequer sabem da existência dos direitos humanos? E por que não sabem? Porque não tiveram oportunidade de ter o mínimo de instrução garantida nos Direitos Humanos “pelo menos nos graus elementares”. À criança que passa fome foi negado o direito a bolsa família ou mesmo de emprego aos pais, porque um “espertinho” teve seu cadastro aprovado através de mentiras. O abandono escolar, a repetência e a distorção idade/série também são formas de controle, através do censo, da frequência escolar, mas nossas crianças e adolescentes continuam fora da escola e poder publico nada faz. O movimento para a liberdade, deve surgir e partir dos próprios oprimidos, e a pedagogia decorrente será conforme Paulo Freire " aquela que tem que ser forjada com ele e não para ele, enquanto homens ou povos, na luta incessante de recuperação de sua humanidade". Vê-se que não é suficiente que o oprimido tenha consciência crítica da opressão, mas, que se disponha a transformar essa realidade; trata-se de um trabalho de conscientização e politização. Portanto, precisamos lutar pelas ações afirmativas que opotunizem igualdade de direitos. As metas dos Direitos Humanos precisam fazer parte do dia a dia escolar. Quem sabe, não aprendemos exercer nossos direitos? É animador e esperançoso pensar nossa luta como Milton Nascimento e Fernando Brant em Coração Civil Quero a utopia e quero tudo e mais Quero a felicidade nos olhos de um pai Quero a alegria muita gente feliz Quero que a justiça reine em meu país Quero a liberdade, quero o vinho e o pão Quero ter amizade, quero amor, prazer Quero nossa cidade sempre ensolarada Os meninos e o povo no poder, eu quero ver São José da Costa Rica, coração civil Me inspire no meu sonho de amor, Brasil Se o poeta é que sonha o que vai ser real Vou sonhar coisas boas que o homem faz E esperar pelos frutos no quintal... (...)
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