sábado, 5 de setembro de 2009

Homenagem a miscigenação e respeito a diversidadede cultural do povo de Água Boa

Autoria: Profª Coraci Machado Araújo




Mistura Cultural




Água Boa é nossa

Nos acolheu nesta comunidade

Aqui vive o povo da roça

Unido ao povo da cidade!



Paulistas, gaúchos, mineiros e goianos

Aqui tudo é igual

E nesses 30 anos

Produziram nossa riqueza cultural!



Forró, rasqueado e vanerão

São nossos ritmos miscigenados

Que dos gaúchos balança o coração

E os faz apaixonados

Provoca os mato-grossenses

E deixa os goianos afogueados!



Na cultura aguaboense todos são bem-vindos

Da cordialidade dos paulistas

À alegria baiana

A sinceridade de um menino

À cultura cuiabana!



Uma roda de capoeira

Todo mundo aprecia

Passou do povo nordestino a cultura brasileira

Dos escravos o destino, o gingado e a alegria!



Nos eventos culturais

O povo balança o chão aguaboense

Fazem das praças seus quintais

E sua casa, o solo mato-grossense!



Na música sertaneja

No rasqueado cuiabano

Na dança gauchesca

Ou no forró lá de Goiás

A paixão é verdadeira

O povo dança a noite inteira

E sempre quer mais!



Nossa mistura cultural

Fechou como uma luva com as regiões frias

Aclimatando nosso verão tropical

Com chimarrão, café, carnaval e folia!



Assim os bailes são mais quentes

Os namoros mais apressados

O povo vive contente

E os casais apaixonados!



Água Boa é a cidade anfitriã

Dos artistas da terra

Tem a força de um talismã

Adicionada a paz, nunca a guerra!



Quem vem não quer voltar

Quem vai sente saudades

Quem nunca veio quer se achegar

No coração desta cidade!

A Participação dos Pais na Educação dos Filhos

Pais, Filhos e Professores X rendimento escolar
“A própria relação entre as pessoas é que promove o crescimento de cada uma, ou seja, o ato educativo é essencialmente relacional e não individual.”
Carl Rogers.

A pouca participação dos pais na educação dos filhos tem inúmeros motivos, porém, o destaque fica com a mulher como esteio do lar, pois ao procurar o melhor para sua família a mulher se jogou no mercado de trabalho e, essa procura a distanciou de seu papel principal, ou seja, cuidar e educar os filhos. Essa alteração do esquema tradicional da vida familiar provocou uma situação de entrega à escola responsabilidades sócio/educativas que originariamente não lhe pertenciam O processo fundamental da transmissão de costumes, tradições e valores entre gerações foi deixado em último plano. A ausência da mulher, somada a do parceiro, deixou os filhos sozinhos, em casa. Isso resultou em uma total desinformação sobre a vida escolar dos filhos. E o que pior, não só escolar, mas também do cotidiano dos filhos. No período que não estão na escola, em se tratando de população de baixa renda, a grande maioria dessas crianças ficam na rua e é daí que surgem os conflitos familiares que em casa, refletem no relacionamento de pais e filhos e, na escola, na aprendizagem dos alunos.
Pais e filhos não têm oportunidade de conviver, por isso, o diálogo é pouco, e muitas vezes não se entendem. Outro fator que atrapalha é a pouca escolaridade dos pais, que frente às novidades do mundo virtual dos filhos, os impede de terem um perfeito entendimento e alguns casos funcionam como uma muralha nesse processo de aproximação afetiva. Temos que considerar ainda a evolução educacional através dos tempos. Muitas vezes os pais não sabem nem como abordar o professor para fazer perguntas sobre a aprendizagem dos filhos. Apesar de nós, docentes, considerarmos que a educação evoluiu pouco, para quem está de fora, ou seja, sob outros olhares, muita coisa mudou, especialmente, currículo, metodologia e questões disciplinares (comportamento). Portanto, a maioria desses pais não consegue ajudar, porque não têm tempo e tampouco têm o conhecimento necessário para acompanhar o processo de aprendizagem de seus filhos.
Assim, a soma da preocupação necessária com o trabalho mais a pouca ou quase nenhuma escolaridade afastam os pais da escola. E alguns pais participam pouco porque na maioria das reuniões só ouvem reclamação da vida escolar dos filhos.
Nesse contexto, nós docentes, precisamos compreender os pais e ensiná-los, orientá-los a participar da vida escolar de seus filhos. Obviamente, que a pouca escolaridade não impede a participação dos pais, já que não precisam, por exemplo, tirar dúvidas em questões que não estudaram, sem que isso lhes cause qualquer constrangimento. Além disso, a formação ética não demanda cultura, mas caráter. E nessa função ninguém tem mais força e importância do que pai e mãe.
Os pais precisam perceber, e nós, docentes, volto a repetir, temos papel fundamental nesse processo, - que seus filhos querem pais participativos e admiradores de seus rendimentos escolares. À medida que percebem que os pais acompanham o trabalho da escola e, além disso, supervisionam e acompanham seus estudos, o cumprimento de tarefas e também seus progressos e dificuldades, os filhos começam a compreender a importância que o saber – e a escola é o veículo primeiro desse saber – tem para seu futuro, na atual sociedade contemporânea, atarefada pelo capitalismo selvagem. E que nesse mercado competitivo sobra pouco tempo para a família, para o lazer, para dedicar-se aos laços de afetos e sentimentos, à transmissão de valores, enfim a valorização do ser humano.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Ninguém Nasce Bandido

"Este poema é de autoria da Pedagoga Coraci Machado, sobre exclusão social, uma demonstração de que para vencer, todo ser humano só precisa de oportunidade.
Ele foi concebido em segundos
No país das oportunidades
Mas se juntou aos esfarrapados do mundo
Nas favelas da cidade
O menino nasceu no lugar errado
Em seu meio não tinha harmonia
Naquele circuito fechado
Não lhe oportunizaram cidadania
Em tenra idade, se firmou como homem
Teve que abandonar infância, família, livros e escola
No início, encontrou solução para a fome
Pedindo esmola.
Quando deixou de ser menino
O moço sentiu medo
E na falta de caminhos F
oi mais uma vítima do desemprego
Nos becos por onde andou
Só viu miséria, pobreza e bandidos
A revolta que lhe feriu a alma
Que lhe destruiu a calma
O condenou a nunca ter amigos
No seu mundo de desilusão
Fingiu-se de cidadão
Chorou e ninguém viu
Acalmou seu coração
E na calçada dormiu
O amor, que ele não conheceu
Costurou, alienou seus pensamentos, seus ideais
E a história que esse moço viveu
Não esquecerei jamais
Desse filme foi protagonista
Na cena da vida real
A sorte foi egoísta
E seu erro foi fatal.
Numa ruela escura
Encontrou a solução para sua caminhada sofrida
Lutou com bravura
No entanto, despediu-se da vida
Para a sociedade traiçoeira
Ele não era gente Filho de chocadeira
Sem passado, sem identidade
Foi enterrado como indigente
E nem deixou saudades.
A ausência de um verdadeiro amigo
Para lhe dar a mão
Fez sua vida sem sentido
Sem limites e afetividade
Já estava na contramão
Mas ninguém nasce bandido
E tudo uma questão de oportunidades.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Aprendendo a Pensar

APRENDENDO A PENSAR

"Prefiro morrer de pé que viver sempre ajoelhado."

Che Guevara

Por que não conseguimos interiorizar na vida cotidiana as belas ações teóricas?

Por que ensinar a pensar é tão difícil? Não será por que também nos recusamos a pensar, a refletir sobre a nossa prática?

Por que falamos tanto em ética, princípios morais e vivemos “derrapando” no dia a dia? Por que admirando nossos ídolos, nossos heróis, nossos militantes sociais e quando se faz necessário não nos posicionamos?

Um exemplo repetitivo disso é a postura política dos profissionais da educação, da chamada “classe pensante”, que tem “cisma” de se posicionar, que por falta de coragem, por covardia, diz ser neutro na política. Mas como entender esta postura, se o que nos comanda - especialmente a classe “pensante”- é a política? Será que essa classe saberá orientar seus comandados. Como já dizia Paulo Freire, em política partidária não há neutralidade, você é, ou não é. E o professor (a) que se presa, freqüenta uma igreja, um sindicato e filia-se a um partido.

Não seríamos nós, classe pensante, responsável pela loucura da política atual? Pela grande quantidade de cores partidárias? Pelo esvaziamento das cabeças e, conseqüentemente, pela alienação da sociedade? Será que não somos responsáveis, pela sofrida sociedade, manipulada psicológica e moralmente? Será que não conseguimos ensinar nossos alunos, através das ações cotidianas?

O que é um grupo? É para que o grupo exista é preciso ser forte. É para ser forte é preciso ter: posicionamento, caráter, ética e solidariedade. Será que nesse momento conseguiríamos orientar nossos alunos para compreender a atual discussão partidária, a tão discutida Fidelidade Partidária? E agora? Fortalecer quem? Qual cor? O que esse fortalecimento representa para economia do nosso país? O que representa esse fortalecimento para o pão nosso na mesa de cada dia, para o emprego, a educação, a saúde, a segurança, o lazer de todos?

Sim, porque ter caráter é pensar em todos. Ser solidário é ter caráter. Assim, pensar:

É tomar partido das causas perdidas

É defender seus ideais

É ter postura, posicionamento político

É ter opinião própria

É ter um caminho para seguir

É ensinar pelo bom exemplo

É compreender que ser humilde não é calar frente à opressão

É notar no corre - corre do dia a dia uma lágrima ou um sorriso.


Coraci Machado- Pedagoga/Especialista em Gestão Escolar