Pais, Filhos e Professores X rendimento escolar
“A própria relação entre as pessoas é que promove o crescimento de cada uma, ou seja, o ato educativo é essencialmente relacional e não individual.”
Carl Rogers.
A pouca participação dos pais na educação dos filhos tem inúmeros motivos, porém, o destaque fica com a mulher como esteio do lar, pois ao procurar o melhor para sua família a mulher se jogou no mercado de trabalho e, essa procura a distanciou de seu papel principal, ou seja, cuidar e educar os filhos. Essa alteração do esquema tradicional da vida familiar provocou uma situação de entrega à escola responsabilidades sócio/educativas que originariamente não lhe pertenciam O processo fundamental da transmissão de costumes, tradições e valores entre gerações foi deixado em último plano. A ausência da mulher, somada a do parceiro, deixou os filhos sozinhos, em casa. Isso resultou em uma total desinformação sobre a vida escolar dos filhos. E o que pior, não só escolar, mas também do cotidiano dos filhos. No período que não estão na escola, em se tratando de população de baixa renda, a grande maioria dessas crianças ficam na rua e é daí que surgem os conflitos familiares que em casa, refletem no relacionamento de pais e filhos e, na escola, na aprendizagem dos alunos.
Pais e filhos não têm oportunidade de conviver, por isso, o diálogo é pouco, e muitas vezes não se entendem. Outro fator que atrapalha é a pouca escolaridade dos pais, que frente às novidades do mundo virtual dos filhos, os impede de terem um perfeito entendimento e alguns casos funcionam como uma muralha nesse processo de aproximação afetiva. Temos que considerar ainda a evolução educacional através dos tempos. Muitas vezes os pais não sabem nem como abordar o professor para fazer perguntas sobre a aprendizagem dos filhos. Apesar de nós, docentes, considerarmos que a educação evoluiu pouco, para quem está de fora, ou seja, sob outros olhares, muita coisa mudou, especialmente, currículo, metodologia e questões disciplinares (comportamento). Portanto, a maioria desses pais não consegue ajudar, porque não têm tempo e tampouco têm o conhecimento necessário para acompanhar o processo de aprendizagem de seus filhos.
Assim, a soma da preocupação necessária com o trabalho mais a pouca ou quase nenhuma escolaridade afastam os pais da escola. E alguns pais participam pouco porque na maioria das reuniões só ouvem reclamação da vida escolar dos filhos.
Nesse contexto, nós docentes, precisamos compreender os pais e ensiná-los, orientá-los a participar da vida escolar de seus filhos. Obviamente, que a pouca escolaridade não impede a participação dos pais, já que não precisam, por exemplo, tirar dúvidas em questões que não estudaram, sem que isso lhes cause qualquer constrangimento. Além disso, a formação ética não demanda cultura, mas caráter. E nessa função ninguém tem mais força e importância do que pai e mãe.
Os pais precisam perceber, e nós, docentes, volto a repetir, temos papel fundamental nesse processo, - que seus filhos querem pais participativos e admiradores de seus rendimentos escolares. À medida que percebem que os pais acompanham o trabalho da escola e, além disso, supervisionam e acompanham seus estudos, o cumprimento de tarefas e também seus progressos e dificuldades, os filhos começam a compreender a importância que o saber – e a escola é o veículo primeiro desse saber – tem para seu futuro, na atual sociedade contemporânea, atarefada pelo capitalismo selvagem. E que nesse mercado competitivo sobra pouco tempo para a família, para o lazer, para dedicar-se aos laços de afetos e sentimentos, à transmissão de valores, enfim a valorização do ser humano.
sábado, 5 de setembro de 2009
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